Método de Ortega
É um dos métodos mais utilizados para quem quer ficar um pouco mais rápido em 2×2. Não exige o conhecimento de muitos algoritmos.
Desenvolvido de forma independente por Victor Ortega, Josef Jalinek e Jeff Varasano.
Passo 1: Criar uma face
Criar uma face é um passo intuitivo e que deve ser planeado na inspeção do puzzle. Recomenda-se igualmente que se escolha a cor que seja mais fácil de fazer e não apenas fixar numa cor. Neste tutorial iremos usar a cor branca para a face inferior apenas como referência.
Caso de forma intuitiva não se consiga colocar todos os cantos, podem usar-se inserções simples como no método de camadas. De notar igualmente que uma vez que a permutação dos cantos não é importante, existem sempre diversas formas de resolver a primeira face. Deve-se optar normalmente por aquela que seja mais curta e/ou rápida de executar, onde se possa prever o caso que se vai obter para o passo seguinte.
Passo 2: Orientação da última camada
Para quem conhece o método de camadas para 2x2x2 ou 3x3x3, este passo é exatamente o mesmo.
Existem 7 casos distintos, sem contar com o caso de já estarem todos orientados:
R U R’ U R U2 R’
R U2 R’ U’ R U’ R’
F’ (R U R’ U’) R’ F R
(R U R’ U’) (R’ F R F’)
F (R U R’ U’) F’
R2 U2 R2 R U2 R2
F (R U R’ U’) (R U R’ U’) F’
Passo seguinte!
Passo 3: Permutação de ambas as camadas
Existem no total 5 casos distintos, para além da camada de cima ficar resolvida. Dois deles já são conhecidos do método de camadas.
y R U R’ F’ R U R’ U’ R’ F R2 U’ R’
Este caso já é conhecido do método de camadas e troca apenas dois cantos adjacentes.
Pode reconhecer-se por ter a camada de baixo bem permutada e a camada de cima tem uma barra lateral (no caso do exemplo, de cor verde).
O algoritmo executa-se com a barra da camada de cima voltada para o lado esquerdo. A camada de baixo não necessita de ter uma orientação especial, bastando estar atento para o ajuste final.
R’ U R’ F2 R F’ U R’ F2 R F’ R
F R U’ R’ U’ R U R’ F’ R U R’ U’ R’ F R F’
Como o anterior, este caso já é conhecido do método de camadas, trocando dois cantos na diagonal.
Pode reconhecer-se por ter a camada de baixo bem permutada e a camada de cima sem qualquer barra lateral.
O algoritmo pode executar-se em qualquer orientação, bastando estar atento para o ajuste final.
R2 F2 R2
Este caso apresenta uma troca diagonal em cima e uma troca diagonal em baixo.
Pode reconhecer-se por não existir qualquer barra bem permutada em nenhuma das duas camadas.
O algoritmo pode executar-se em qualquer orientação, bastando estar atento para o ajuste final.
R2 U’ B2 U2 R2 U’ R2
Este caso consiste na troca de cantos adjacentes na camada de cima e de cantos adjacente na camada de baixo.
Reconhece-se por existirem duas barras laterais nas duas camadas.
Para executar o algoritmo, juntam-se as barras laterais e voltam-se para a frente, como na imagem de exemplo.
R U’ R F2 R’ U R’
Este caso consiste na troca adjacente de cantos numa face e troca diagonal noutra face.
Reconhece-se por existir apenas uma barra lateral numa das faces.
Executa-se colocando a barra na camada de cima, voltada para a frente, como na imagem de exemplo. A camada inferior pode estar em qualquer orientação, sendo eventualmente necessária um ajuste da camada no fim.
NOTA: Caso a barra esteja apenas na camada de baixo, basta rodar o puzzle para trocar a camada de cima com a de baixo, sendo exatamente o mesmo caso.
Passo 4: Ajuste da última camada
No decorrer do passo anterior, pode acontecer que ao aplicar o algoritmo as camadas não fiquem alinhadas. Este passo é fácil de prever e deve ser treinado o seu reconhecimento quando se executa o passo anterior.
Exemplos:
No início, torna-se por vezes difícil reconhecer imediatamente o caso da permutação das duas camadas.
Apresentam-se aqui alguns exemplos que possam ajudar nesse reconhecimento e evitar confusões. Os embaralhamentos são realizados com a face branca em cima e verde na frente.
Embaralhamento:
U2 F2 U F2 U2 R2 U F2 U’
Observando este caso apenas deste ângulo, pode inicialmente parecer que estamos perante o último caso da permutação de ambas as camadas.
No entanto, se se olhar para o cubo todo podemos observar que existe uma outra barra numa das faces ocultas.
Assim, esta situação corresponde à situação de duas trocas adjacentes (Adjacente / Adjacente), e resolve-se aplicando o algoritmo: D R2 U’ B2 U2 R2 U’ R2 U2.
O primeiro movimento D permite colocar na posição correta para aplicar o caso e os movimentos seguintes são de execução desse algoritmo.
Pode-se igualmente observar que as barras são de cores opostas. Isto significa que após completar o algoritmo, o ajuste na última camada será U2.
Embaralhamento:
R2 F2 R’ F’ R F2 R’ U F’
Neste exemplo, a camada de cima está completamente resolvida, e a camada inferior necessita de uma troca adjacente.
Este caso não está descrito anteriormente, mas basta rodar o cubo, colocando a face amarela em cima. Desta forma pode-se aplicar o primeiro caso descrito (Adjacente / Resolvido), ajustando a camada de cima para colocar a barra laranja à direita.
Assim, um algoritmo de resolução pode ser x2 R U R’ F’ R U R’ U’ R’ F R2 U’ R’ U2.
Após executar a rotação x2, podemos observar que o canto amarelo/verde/vermelho fica na posição frontal direita, com a cor vermelha voltada para a frente. A face de baixo tem a cor laranja. Assim, o ajuste da última camada será U2.
Embaralhamento:
L’ U2 L U2 F2 U2 L F’ B’
Neste exemplo, podemos verificar que não há qualquer barra lateral em nenhuma face.
Temos assim o terceiro caso, em que temos duas trocas diagonais. Para este caso, não é necessário fazer qualquer ajuste prévio.
Uma solução será então R2 F2 R2 U’.
Note-se que para alinhar o cubo tal como apresentado na descrição do caso Diagonal / Diagonal, teríamos que efetuar um movimento U’ antes de executar o algoritmo. Esse movimento pode ser executado antes ou depois. Neste caso, optou-se pela segunda opção. No entanto, pode verificar-se que a solução U’ R2 F2 R2 também é válida.
Embaralhamento:
R2 F R2 F’ R2 F R2 F’ L R
Neste caso existe apenas uma barra lateral, na camada superior, numa face não visível.
Para resolver este caso, pode-se aplicar o algoritmo U’ R U’ R F2 R’ U R’ U.
O primeiro movimento U’ coloca a barra na posição frontal, para aplicar o algoritmo descrito no caso Adjacente / Diagonal. Depois basta acertar a última camada com o movimento U.
Uma pergunta que normalmente surge é se é possível prever a existência de barras sem ter que olhar para todas as faces. A resposta é sim, bastando olhar para as faces disponíveis e é uma técnica bastante útil para evitar perdas de tempos desnecessárias.
Neste caso, podemos observar que na face de baixo temos pares de cores opostas (amarelo/branco, vermelho/laranja). Isto significa que não há qualquer barra nessa camada.
Na face de cima, temos um par adjacente (branco/vermelho) e um par oposto (amarelo/branco), o que significa que há uma barra numa das outras faces não visível. A face que contém a barra fica assim oposta à “oposta”, ou adjacente à “adjacente”. Pode-se agora voltar ao Exemplo 1 e verificar que, de facto, é possível identificar a posição da barra lateral sem ter que olhar para o cubo todo.
Agora que o Ortega básico já está aprendido, pode-se prosseguir para Ortega Avançado.